Ano novo, livros novos - Marina de Carlos Ruiz Zafón

Olá leitores, antes de mais nada, gostaríamos de desejar à todos vocês um ótimo 2017, cheio de livros, filmes e séries maravilhosos. Esperamos que nos acompanhem em mais esse ano que inicia.
Para começar o ano, hoje vou falar sobre um romance chamado Marina de Carlos Ruiz Zafón. Carlos nasceu em Barcelona em 1964, mas vive em Los Angeles de 1993 e trabalha como roteirista. 
A obra Marina, que coincide com o meu nome (ou nem tanto, já que esse foi o motivo que me levou à comprar o livro), foi lançado originalmente em 1999. A narrativa centra-se nos adolescentes Marina e Óscar. Em maio de 1980 Óscar desapareceu do mundo por uma semana. Uma semana depois, um policial à paisana teve a impressão de conhecer aquele garoto; a descrição batia. O suspeito vagava pela estação de Francia como uma alma penada numa catedral de ferro e névoa. Ele desapareceu, ele teve que desaparecer. Ainda tinha que tentar entender o que acontecera. O que mudou nele depois de conhecer Marina e de tudo o que viveram. O menino Óscar vivia com outros garotos em um colégio interno de Barcelona e passava seus dias estudando, mas durante os breves intervalos, fugia do internato e vagava pelos edifícios da cidade. Certo dia ele, ao andar pela parte velha da cidade, segue um gato até o interior de uma antiga mansão. Lá encontrou um velho relógio de ouro, mas ao parar para examiná-lo percebeu que alguém vinha em sua direção e saiu correndo ainda com o relógio na mão. Dias depois do episódio ele resolveu devolver o relógio, afinal ele não era nenhum ladrão não é?!? Ao chegar lá, Óscar encontra uma menina, pálida, de vestido branco, cabelos "cor de feno" e olhos profundamente cinza. Essa menina chama-se Marina. Nos dias que se passam o menino deslumbrado pela figura de Marina passa a frequentar a casa, conhece o pai dela Germán, o gato Kafka e descobre que a mãe da menina morreu. Os dois tornam-se amigos e passam a viver muitas aventuras juntos, visitando cemitérios e lugares misteriosos tentando descobrir o mistério da mulher de capa negra que todos os domingos deixava uma rosa vermelha em um dos túmulos do cemitério da cidade. Mas esse não é o único mistério que cerca Marina. "Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma". E durante a trama, Óscar vai descobrir segredos da vida e da morte, além de começar a entender porque muitas vezes perdemos as pessoas que amamos. 
O livro carrega uma atmosfera de suspense que prende qualquer leitor, além de ser extremamente sensível se tratando do relacionamento de Óscar, Marina e Germán. De todos os livros que o autor escreveu, este era um de seus preferidos e o mais pessoal. Durante a leitura, muitas vezes percebi que Óscar parecia ser um jovem muito maduro para sua idade, mas comecei a entender isso enquanto a história se desenrolava. Ele precisava ser, pelo que passou. Também várias passagens do livro foram marcantes pra mim, por isso compartilharei algumas delas com vocês:
"Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu"

"Perguntei como sabia que eu não ia desaparecer de novo. Ele me olhou longamente. 'Só as pessoas que têm algum lugar para ir podem desaparecer'"

"- Ninguém entende nada da vida enquanto não entender a morte."

"- O caso é que, segundo dizem, a morte tem emissários que andam pelas ruas em busca dos ignorantes e dos cabeças de vento que não pensam nela. - Ao dizer isso cravou suas pupilas nas minhas. - Quando um desses infelizes se encontra com um emissário da morte - continuou Marina - é levado sem saber para um armadilha. Uma porta do inferno. Esses emissários andam com o rosto coberto para esconder que não têm olhos, mas apenas dois buracos negros habitados por vermes. Quando já não há mais escapatória, o emissário revela seu rosto e a vítima compreende o horror que a espera..."

"- Afinal de contas, que tipo de ciência é essa, capaz de colocar um homem na lua, mas incapaz de colocar um pedaço de pão na mesa de cada ser humano?
- Acho que o problema não está na ciência, mas naqueles que decidem como empregá-la."

"- De nada adianta toda a geografia, trigonometria e aritmética do mundo se você não souber pensar por si mesmo."

Esperamos que nossa resenha os incite a ler e se lerem contem para nós o que acharam.
Abraços

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1 comentários :

  1. Olá,

    Milênios atrás eu comecei a ler A Sombra do Vento, mas nunca terminei. Estou em débito com o Zafón. Talvez Marina seja uma boa forma de atenuar a dívida. Muito interessantes os trechos destacados.Vou lembrar dessa resenha quando escolher as próximas leituras.

    Abraços

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